Voluntariado - Exército

quarta-feira, julho 13, 2005

Exército – A nova Acção do Interessado

O novo paradigma, recurso a Voluntários, tarda a ser devidamente trabalhado e enquadrado, porque permanecem muitos dos “vícios” que o serviço militar com recurso à Conscrição, permitia.
Desde logo, os Voluntários, que são pagos com vencimento de profissão, são remetidos para tarefas que antes se justificariam, na Conscrição, a tal “mão-de-obra barata”, hoje, temos muitas dúvidas.
Apesar da fase de transição de um sistema para outro, ter ocorrido de 1991, a 14 de Novembro de 2004, em que o serviço militar foi misto (Conscritos e Voluntários), precisamente para que a mudança fosse sustentada e de implementação eficaz.
O que temos na prática, é um Voluntariado pago de forma profissional, mas com um encaminhamento prático, na maioria das situações, tal qual o mesmo, que era desempenhado pelos Conscritos, isto porque continuam os Voluntários a ser empenhados em tarefas que muito pouco têm a ver com o puro desempenho militar, para que foram seduzidos e pelo qual se designam de profissionais, a que nós em abono da verdade preferimos designar como semi-profissionais, pelos constrangimentos da natural integração no mercado de trabalho, onde nenhum dos mecanismos legais, previstos e a implementar pelo Ministério da Defesa Nacional, funciona, com responsabilidade exclusiva da DGPRM – Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar, deste mesmo Ministério da Defesa Nacional, onde não pode deixar de se responsabilizar toda a classe política que, ao longo de todos estes anos, esteve à frente deste Ministério, que deram e continuam a dar muito pouca atenção, a uma matéria que devia ser prioritária, porque sustentáculo de todo o sistema de Forças, que foi assumido por Portugal e do qual não pode prescindir ou deixar de dar uma permanente atenção.
Desempenhar diversas tarefas, desde a limpeza, jardinagem, entre outras mais diversas, desmotiva estes profissionais, desde os da tropa dita normal, até aos da própria tropa especial.
Assim, a Profissionalização das Forças Armadas, é posta em causa, como tal, urge alterar esta rotina.
Em primeiro lugar, o militar Voluntário quando é admitido tem que ser preparado para ser Militar, se for de sua opção fazer formação, por exemplo: em limpeza de infra-estruturas, em jardinagem, ou outras diversas, pelo menos ao desempenhar estas tarefas possui formação, que na execução lhe permite acumular, conteúdo funcional, para futura integração com sucesso, quer na área pública, quer na área privada da Sociedade Portuguesa, completamente ao contrário do que acontece hoje em dia, que confirmem aqueles que podem, ou então os que devem.
Em segundo lugar, se não houver voluntários para estas formações, tem que ser equacionada a hipótese e implementada, de recurso ao “outsourcing”, em que empresas civis prestariam esses serviços. Também se poderá pensar na transição de muitos destes militares Voluntários, que foram abrangidos por formação profissional específica, no sentido de que no final da sua prestação de serviço como militar Voluntário, permitido por Lei, de serem absorvidos de forma automática no QPCE – Quadro de Pessoal Civil do Exército, rentabilizando-se até ao máximo expoente, toda a experiência por estes militares adquirida e que a determinada altura, suprirá todas as necessidades, não militares, necessárias ao bom funcionamento das Unidades e Órgãos do Exército.
Após esta análise, damo-nos conta de que afinal a verdadeira Profissionalização das Forças Armadas, em especial no Exército, ainda se encontra bastante longe de um ideal de Profissão, em que os Voluntários, na maioria das vezes ainda nem sequer são semi-profissionais, a continuar esta caminhada sem alterações e inovação, rapidamente se atingirá o colapso, isto porque o Mercado tem contribuído para manter a ilusão e quando este mesmo Mercado funcionar e com isso provocar o efeito contrário?
Os responsáveis estão balizados é urgente que assumam e com máxima urgência as suas responsabilidades, quantos anos continuaremos uma luta que para lá de justa, tem como objectivo prioritário o bom uso de todos os recursos, quer sejam humanos, quer sejam materiais e financeiros. Porque se todos contribuímos para eles, então, também temos a responsabilidade de contribuir para a boa gestão de um património que a todos pertence e pelo qual todos nos temos que sentir, também responsáveis, isto de uma forma muito simples, designa-se por Democracia, não a dos Políticos, mas a do Povo, agora temos é que nos assumir, como um verdadeiro Povo.

1 Comentários

At 8:19 da tarde, Blogger O Veterano disse...

A divagar que o digamos, o regresso do SMO, que mal terminou, já começa a dar sinais de regresso, por inércia da DGPRM, na missão que lhe está cometida.

Isto porque a Lei continua a ter um mecansimo que diz, que na falta de Recursos Humanos Voluntários, serão mobilizados de forma obrigatória, cidadãos para a prestação do mesmo serviço às Forças Armadas.

A ser assim, teremos um serviço militar obrigatório, muito mais caro que o anterior e muito mais mobilizador da revolta popular.

Porque os senhores da política têm andado a brincar às forças armadas, quem não tem que pagar a factura da incompetência, são os jovens de Portugal, porque na iminência de voltarmos ao SMO, será um indesejável regresso ao passado.

 

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