Voluntariado - Exército

quarta-feira, agosto 03, 2005

O Ministro da Defesa Nacional e a Ética

Na Comunicação Social, continuam a surgir uma série de informações, relativamente à forma como não se deve governar a Defesa Nacional, que no mínimo, são de extrema preocupação.

Fazer-se passar a mensagem de que o Ministro da Defesa Nacional, Dr. Luís Amado, vai reunir com as Associações de Militares (JN de 28 de Julho de 2005) quase nos tranquiliza, mas logo a seguir a uma reunião de Conselho de Ministros, já vem a público a aprovação de algumas medidas relativas, nomeadamente à Saúde dos militares, quando o tempo decorrido não permitiu reunir e debater todos os pontos de vista dessas Associações de Militares, algo se encontra desfasado.

Afinal se as Associações de Militares, se reúnem com Ministro da Defesa Nacional, porque é que se andam a manifestar numa série de eventos, com carácter de intervenção cívica e exposição mediática?

Existe ou não existe um verdadeiro diálogo?

Quando se tem uma boa intenção, fundamentada principalmente em princípios éticos e morais, reunir significa debater posições e encontrar pontos de convergência, em que o diálogo supera todas as dificuldades e contrariedades.

Já quando se utiliza a divulgação de reunião, que não passa de mero pró-forma, então, a intenção já não era boa, muito menos se pretendia dialogar.

Quando um Governo pretende alimentar projectos megalómanos e desenquadrados de uma realidade que não é a Portuguesa, temos o caos instalado, isto porque é necessário capital e venha ele de onde vier, nem que se imponham sacrifícios a terceiros, que é o que parece que está a acontecer com as Forças Armadas Portuguesas.

Daí deduzirmos que as alterações e remodelações já estão decididas e são para levar em frente de forma arrogante e prepotente, certamente que não foi para esta forma de governação que a maioria dos Portugueses os elegeu, isto porque Democracia nada tem a ver com esta forma de governar.

Assim, o diálogo que parece estar a existir com as Associações Militares, não passa de um álibi para o Ministro da Defesa Nacional e para o Governo de que faz parte, porque de outra forma, existindo o verdadeiro diálogo com as Associações Militares, certamente que se encontraria um ponto de consenso comum, para lá disso, prevalece a falta de ética do Ministro da Defesa Nacional.

Querer fazer-se tudo de uma só vez e sem a mínima preparação, numa Instituição como a Militar, que certamente necessita de remodelações e adaptação às novas realidades geopolíticas e estratégicas, é no mínimo insensato, porque vai ter que se fazer, mas com a colaboração de todas as partes e não por imposição que é o que parece estar a acontecer.

2 Comentários

At 11:52 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Bem deste governo e deste pack de governantes sequiosos de "bem fazer" estamos nós, os portugueses e os militares em particular, fartos...

As equipas governamentais são cada vez mais incompetentes e pouco dedicadas à causa, apenas bem falantes!!!!

Desde meados da década de 90 que o ministério da defesa perdeu força e controlo para os políticos... agora apenas se tem de aguentar... incrivel é a passividade dos postos cimeiros, os postos de comando... eu sei porquê e vocês também...

Pena é que como em outras coisas... o importante não é acabar com elas, mas sim proporcionar-lhe degradantes condições para que as instituição percam a credibilidade junto da opinião publica e "apodreçam"....

Isto mesmo está a acontecer com a instituição militar e cada vez será pior até a opinião pública detestar, o que já é um realidade, a instituição militar!

Este é o grande serviço dos nossos politicos que sõ fantásticos em "rebentar" com o que bem funciona no nosso país.

Todos nós temos uma parte de culpa, porque os deixamos continuar fazer tudo isto....

 
At 7:41 da tarde, Blogger O Veterano disse...

Em Portugal domina a Partidocracia, a direita, o centro, a esquerda e todas as outras invenções que são uma reles camuflagem, que já não dissimula os oportunistas.

O Povo dá-lhes o poder, porque não tem opções e as que existem já quase estão todas esgotadas e com um resultado bastante afastado do Bem Comum, que deveria ser uma preocupação e acção prioritária.

É certo que a Instituição Militar precisa de remodelação e bastante profunda, já não necessita é de ser descredibilizada.

Os políticos são responsáveis, mas mais responsabilidade têm os Comandos da Instituição Militar, porque vêm, assistem e pouco fazem para reposição da dignidade.

Têm obrigação de apontar caminhos e soluções adaptadas ao nosso tempo, a continuar a assobiar-se para o lado, em breve teremos uma forte implosão.

O mais curioso é que os que temos consciência destas anomalias, já as detectamos só nos falta intervir com eficácia.

 

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