Voluntariado - Exército

quarta-feira, abril 05, 2006

Voluntário no Exército Português; Quem? VI

A responsabilidade também é do próprio Ministério da Defesa Nacional, o facto de ao longo dos últimos anos terem sido titulares da pasta da Defesa Nacional uma série de Ministros, não justifica por si só a clara falta de atenção que foi dada à Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas.

A legislação relativa à Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas está perfeitamente definida, quer isto dizer que teria bastado um acompanhamento atento à implementação no terreno desta mesma legislação e hoje os constrangimentos sentidos pelos que se voluntariaram estariam completamente dissolvidos.

A gravidade desta pouca atenção dada pelos titulares da pasta da Defesa, desde o Dr. Veiga Simão, Dr. Júlio Castro Caldas, Dr. Rui Pena, Dr. Paulo Portas e recentemente Dr. Luís Amado, acresce imenso a preocupação sentida pelos Voluntários que recentemente têm passado à disponibilidade, deixando em pânico aqueles que vêm aproximar o seu vínculo contratual do seu limite imposto pela própria legislação.

A verdade é que se encontra tudo previsto legislativamente, tem faltado o necessário acompanhamento à sua implementação prática e naturais correcções que coloquem no bom caminho a Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas.

Falta pegar-se neste assunto de uma forma honesta, realista e com sentido de responsabilidade que venha a operacionalizar a legislação relativa à Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas.

A questão da formação e orientação profissional dirigida a cada um dos cidadãos que se voluntariam, apesar de ser uma preocupação legislativa, só em pequena percentagem funciona e só enquanto o militar se encontra nas fileiras das Forças Amadas Portuguesas, tanto antes como após a sua passagem à disponibilidade, continua uma miragem, isto porque ainda não se conseguiu passar da teoria normativa à boa prática.

O apoio à integração na vida activa, simplesmente não existe enquanto obrigação do Ministério da Defesa Nacional, fez-se sempre o mínimo e continua-se a fazer o menos possível, levar concursos públicos a estes cidadãos que passam à disponibilidade é um imperativo da legislação, nunca funcionou, nem se vê vontade em que se arranjem alternativas a esta lacuna do Ministério da Defesa Nacional.

O regime de Contrato até 20 anos está na Lei, a formação em determinadas áreas militares justificam perfeitamente a sua implementação, até pelos elevados custos que quando começam a dar frutos, dá-se conta que o militar tem que passar à disponibilidade e voltar a formar outros com os mesmos custos elevados.

Em suma assiste-se a chorrilho de asneiras sucessivas que todos vêm, mas ninguém quer assumir, em última instância quem tem obrigação de o fazer, neste momento, é o actual titular da pasta da Defesa Nacional, Dr. Luís Amado.

5 Comentários

At 10:23 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Estimado veterano

Penso que tens razão na maior parte dos teus comentários. Infelizmente gritar no meio do deserto não surte grande efeito. Parece-me que se vai realizar um colóquio para a semana que vem no defundo IDN a propósito da relação Jovens e Forças Armadas. Não sei quem teve a iniciativa mas mais parece resultar de um lobby da ANCE. Então não é que o MDN promove um espaço de discussão e reflexão sobre a profissionalização? É quase como dar um tiro no pé, sobretudo porque tem muita gente das universidades e assim ninguém manda calar ninguém. Só espero que haja uma grande adesão de contratados e ex-contratados porque é o ligar ideal para confrontar, interrogar, diálogar (e pela minha parte acusar e expor) as asneiras que têm sido cometidas.
Com inscrição livre acredito bem que metade da plateia pegue fogo áquilo. Eu e muitos desiludidos vamos estar lá e levamos "fosforos". Difunde no teu blog, um abraço.

 
At 6:21 da tarde, Blogger O Veterano disse...

A questão aqui não passa pela razão, mas pela análise situacional de um área que tem sido muito ignorada por quem tem imensas responsabilidades institucionais e simplesmente faz que desconhece as suas incumbências.

Parece que se grita no meio do deserto, mas virá o tempo em que o grito será imparável e audível pelos que agora se escondem no harém, isto porque o registo de cada reflexão permanece onde se tem vindo a colocar.

Fica já aqui o meu parecer, relativamente à relação dos jovens com as Forças Armadas, tem havido uma forte instrumentalização das suas boas vontades, que em breve poderá redundar em explosão pública dessa mesma instrumentalização, as falhas começam a dar sinais de insatisfação, que se não houver preocupação da resolução dessas mesmas falhas, o rebentamento será inevitável.

De quem vem a iniciativa ignoro, mas desde logo, apesar da aparência de abertura é circunscrita a quem já habitualmente frequenta esses eventos, isto porque por diversos motivos os que deveriam participar encontram-se longe do local, não têm hábitos de participação e desconhecem que seria importante para eles próprios, eventos circunscritos aos circuitos fechados como é hábito do IDN, produzem muito pouco de substancial, ou até de positivo para os jovens Portugueses.

Continua a faltar em Portugal, uma ampla divulgação do que é a Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, afinal o que é que mudou, o que se manteve e o que é que temos agora?

Nisto, onde é que entram os cidadãos de Portugal?

A Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, deveria ser levada a cada Universidade Portuguesa, a cada Escola Secundária, a cada Câmara Municipal e respectivos cidadãos interessados, disseminando-se pelas Juntas de Freguesia, afinal de contas o público alvo para o sucesso desta Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, é proveniente de toda a Sociedade Portuguesa, como tal o IDN é muito restrito para que a informação chegue onde tem que chegar, ou seja aos Jovens de Portugal.

Infelizmente a adesão não vai ser o que pensas, porque o à vontade e o próprio local é hostil à participação dos Contratados e ex-Contratados, logo se verá.

A difusão do Blog está feita, foi feita e depende mais dos interessados do que da minha vontade.

Agradeço a intervenção

Com os meus melhores cumprimentos


O Veterano

 
At 5:21 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Amigo Veterano

Tens razão quando dizes que o IDN é um local hostil. Mas tens de compreender que eles só se sentem seguros dentro dum quartel.
Temos de os afrontar não interessa onde. Conquistar (neste caso diereitos) só se conseguiu penetrando linhas inimigas, avançando no terreno desconhecido.

Quando afirmas que aqueles que são verdadeiramente interessados não sabem que deveriam participar (por ser do interese deles) tens toda a razão. É do interesse da organização ter a servi-la uma enorme massa de ignorantes.
Só espero que estruturas representativas dessa grande massa (como a ANCE) estejam presentes e considegam falar por aqueles que não têm vóz.

Encerras o teu texto afirmando que falta divulgar o que é a profissionalização, não sabendo o que mudou, tens outra vez razão, mas essa ideia transformada em interrogação e colocada no colóquio teria o efeito de uma bomba de neutrões numa colmeia de abelhas.
Pela minha parte vou lá estar, não tenho medo de interrogar ilustres políticos e de ver uma plateia cheia de generalato a espumar da boca. Só espero que gente inconformada como nós não deixe de aproveitar esta oportunidade, este palco.
Um momento como este, ainda por cima no quartel do IN é como um cometa, só volta a aparecer daqui a mil anos.

Espero ver-te lá. Saberás reconhecer-me quando vires alguém a disparar inconformismo.
Será que saberei reconhecer-te?

 
At 2:34 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Veterano amigo

Já leste o artigo que vem no correio da manhã? A coisa está a aquecer e a Antena 1 já anda a entrevistar militares. A festa vai ser linda pá.

 
At 6:58 da tarde, Blogger O Veterano disse...

O IDN já há imensos anos que organiza eventos, mas a sua grande maioria em circuito fechado, como é o caso de mais este, apesar de parecer que é aberto é imensamente condicionado e muito pouco estimulante a que qualquer cidadão bem intencionado participe.

Reconheço a necessidade do trabalho em terreno hostil.

Sem o despertar dos ditos “ignorantes” é muito difícil pôr-se em sentido o sistema que tarda em assumir todas as responsabilidades que a legislação lhe incumbe, isto porque sem consciência, a reacção jamais surgirá.

Concordo perfeitamente que as estruturas representativas se assumam e digam de sua justiça, o que têm para dizer.

Qualquer pergunta relativa à Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, desde que se descortine o caminho que aponta a legislação e o caminho que está a ser seguido, então temos pouco de positivo a apontar, ou mesmo completamente antagónico.

De facto é tudo uma questão de oportunidade, os que a têm e querem intervir que a aproveitem porque é como dizes ou se aproveita ou é cometa.

Continuarei atento a tudo.

Quanto ao artigo do Correio da Manhã, é aquilo que eu já tenho vindo a afirmar, por muito que se tente esconder ou camuflar a verdade, esta vem sempre ao conhecimento de quem tem interesse, agora falta saber se já é suficiente para que este Ministro da Defesa comece a acordar, porque se esta informação veiculada não tiver esse efeito, jamais um evento controlado como o é o Colóquio o poderá vir a conseguir.

Estou convicto que em breve mais informação, que tem vindo a ser controlada, o deixará de ser e então, ou se profissionaliza a sério ou teremos o descalabro que este artigo já aponta, umas Forças Armadas de cábulas e ignorantes.

Agradeço a intervenção

Com os meus melhores cumprimentos

O Veterano

 

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