Voluntariado - Exército

quarta-feira, abril 19, 2006

Desemprego atira jovens para a tropa I

Era o título de um artigo do jornal Correio da Manhã do dia 03 de Abril de 2006.

Desde logo, é preocupante o facto de só existirem voluntários para as Forças Armadas Portuguesas porque os índices de desemprego dispararam completamente em Portugal.

A pergunta que se coloca é esta; E quando o desemprego estabilizar, como é que as Forças Armadas Portuguesas vão arranjar voluntários?

Ao contrário do que diz o responsável político, por esta área, neste artigo, a “qualificação profissional” é bastante exígua, uma vez que a grande maioria dos militares não traz da Instituição Militar, quando passa à reserva de disponibilidade, qualquer tipo de orientação ou certificação profissional requalificante que lhes permita uma natural integração social, tão pouco existe, ainda, apoio a essa mesma integração social de forma institucionalizada, como aponta a legislação relativa ao voluntariado nas Forças Armadas Portuguesas.

“O espírito de aventura” de facto existe, mas é muito mal aproveitado pela Instituição Militar, isto porque continua a não existir para todos os militares a orientação e a certificação profissional requalificante, o que faz com que ao longo do tempo este “espírito de aventura” se transforme em desilusão.

“As missões humanitárias” no exterior, é mais uma ilusão, isto porque só uma pequena parte do contingente relativo aos voluntários se pode candidatar a estas missões, quem vai uma vez pode ir mais algumas, enquanto outros ficam sempre arredados deste desiderato.

Quem previu e fundamentou o fim do serviço militar obrigatório, não foi o Ministro da Defesa Dr. Paulo Portas, ele simplesmente cumpriu o que vem estabelecido na Lei do Serviço Militar (Lei nº 174/99 de 21 de Setembro) e respectiva Regulamentação (Decreto Lei nº 289/2000 de 14 de Novembro).

Quanto às expectativas serem baixas relativamente ao final do serviço militar obrigatório, deveu-se sempre à sabotagem feita pelos interesses instalados, que queriam a toda a força manter os seus feudos.

Desde a entrada em vigor da nova Lei do Serviço Militar e respectiva Regulamentação, que entrou também em funções com definição orgânica e operacional no (Decreto Lei nº 290/2000 de 14 de Novembro), a Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar (DGPRM) do Ministério da Defesa Nacional (MDN), que até ao dia de hoje e como tem vindo a ser explicado neste Blog, ainda não assumiu as suas funções de orientação, gestão e coordenação da Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, daí o estar-se a dever ao desemprego o contingente de voluntários, ao contrário do que deveria, ou seja, o cumprimento pleno da missão por parte da Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar (DGPRM) do Ministério da Defesa Nacional (MDN).