Voluntariado - Exército

quarta-feira, setembro 07, 2005

Artigo no Diário de Notícias por encomenda

Afinal o artigo da página 10 do Jornal Diário de Notícias de Domingo, 28 de Agosto de 2005, de mudança no acesso à GNR, foi encomendado pelo Ministério da Administração Interna, porque em Diário da República já tinha sido publicado, em 26 de Agosto, novo concurso à GNR, agora aberto a civis, portanto o que se estava a defender vir a ocorrer no futuro, já tinha ocorrido.

É certo que o que levou a isso, foi o facto do concurso público, aberto anteriormente, com exclusividade a militares em Regime de Voluntariado (RV) e Regime de Contrato (RC) para a GNR, só se terem candidatado 2.402 militares RV/RC para 1.100 vagas e destes apenas 595 obtiveram nota mínima na prova cultural, o que quer dizer que com a continuidade das provas, este número ainda pode diminuir.

Desde logo, esta exclusividade foi um presente envenenado, porque contra vontade da GNR, que de imediato sabotou esta mesma exclusividade, isto porque no dia em que foi publicado o Diploma de Incentivos ao RV/RC, para as Forças Armadas Portuguesas, também foi publicado o Estatuto da GNR, que não deixa aplicar o incentivo aos RV/RC do abate à idade cronológica de 7 anos, o que a aplicar-se poderia alargar imenso o número de militares RV/RC a poderem candidatar-se.

Mas as Forças Armadas Portuguesas, também colaboram neste boicote, que até deixou surpreendida a própria GNR, isto porque ficou a descoberto o deficiente Recrutamento e Selecção efectuado nas Forças Armadas Portuguesas.

Senão, como é que se compreende que para uma força, ainda militarizada, como é a GNR, com parâmetros de selecção idênticos aos das Forças Armadas Portuguesas, em 2.402 candidatos para uma necessidade de 1.100, logo nas provas culturais, só fiquem apurados 595 candidatos.

Ficou assim a descoberto o tipo de Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, que se está a levar a cabo, onde só o refugo da Sociedade Portuguesa se apresenta como voluntário, Porquê?

Claramente, por inércia da Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional, porque não cumpre a sua missão, que lhe é atribuída pelo Dec-Lei Nº 290/2000 de 14 de Novembro.

Quando o carreirismo é única preocupação, temos o descalabro, que nem necessitava dos malabarismos da GNR, porque veio naturalmente ao de cima o que era impossível continuar a esconder-se, o claro falhanço no Recrutamento e Selecção de candidatos, com qualidade, para prestação de serviço militar nos Regimes de Voluntariado (RV) e de Contrato (RC) nas Forças Armadas Portuguesas.

Afinal o que têm andado a fazer às Forças Armadas Portuguesas, os Senhores da política dos diversos quadrantes?