Voluntariado - Exército

quarta-feira, outubro 19, 2005

Forças Armadas Portuguesas à deriva




Desde a sua tomada de posse o Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. Luís Amado, ainda não conseguiu dizer ao País de uma forma simples e objectiva que Forças Armadas pretende este Governo implementar no quadro Nacional e no âmbito das alianças de que Portugal faz parte, ao nível das quais tem participado a nível Mundial.

O recurso a Voluntários é a base destas Forças Armadas, como tal, é urgente não só definir-se de uma forma muito clara a sua missão ou missões, assim como reestruturar a forma, flexibilizando.

Desde 19 de Novembro de 2004, que as Forças Armadas Portuguesas recorrem só a Voluntários e o serviço militar existente de 1991 a esta data foi misto, ou seja, conscritos e voluntários.

Apesar de todos estes anos decorridos, temos algumas questões a colocar e sugestões:

Q. 1 – A questão primordial é a de que se a Sociedade Portuguesa está ciente desta transformação?

R. 1 – Claramente não.

Q. 2 – E porquê?

R. 2 – Porque se tem trabalhado em circuito fechado e de uma forma muito pouco cuidada ao nível da abertura à própria Sociedade, explicando, formando e informando. Daí notar-se um enorme desconhecimento dos cidadãos, sabem que o Serviço Militar Obrigatório acabou, que agora só vão Voluntários e ponto final.

Q. 3 – A quem interessa manter esta ignorância Nacional?

R. 3 – Ao País não interessa, principalmente porque esta ignorância, obriga a um enorme esforço de Marketing direccionado, que por isso perde a eficácia e aumenta os custos.
SUGESTÃO: - Cada Ramo das Forças Armadas Portuguesas faz o seu Marketing de angariação de Voluntários de mote próprio, às vezes em conjunto, mas sem interoperabilidade, quando deveria ser conduzido de forma coordenada e conjunta para uma melhor interoperabilidade de recursos Humanos e financeiros. Esta missão já está atribuída à Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar (DGPRM) do Ministério da Defesa Nacional (MDN), aliás como indica a sua própria orgânica, mas não se vislumbra.

Se pensarmos que um Voluntário só pode estar nas Forças Armadas Portuguesas, até um limite de 6 ou 7 anos, portanto numa situação precária, também porque uma grande parte dos Incentivos ou não funciona, ou funciona mal, isto durante a prestação do Serviço Militar. No seu final, também os Incentivos ou não funcionam, ou funcionam mal.
Ninguém sabe quantos militares já passaram à disponibilidade, que problemas têm ou tiveram e para onde e de que forma se estão a enquadrar socialmente.

Mais uma vez, esta é uma tarefa da DGPRM do MDN, que faz parte da sua orgânica, mas não põe a funcionar, tanto no apoio, como na orientação, bem como na divulgação de ofertas de emprego na área pública.

Por tudo o que foi apresentado, temos que dizer ao Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. Luís Amado, que não pode continuar muito mais tempo escondido no seu Gabinete, porque como já vimos tem muito trabalho para fazer, como tal, que actue de forma adequada e a cumprir, pelo menos o que já se encontra definido, quanto à inovação que seja sustentada.