Voluntariado - Exército

quarta-feira, outubro 12, 2005

Os Jovens Portugueses e as Forças Armadas

Desde 1991, que o poder político, independentemente do quadrante que ocupa, na sua sempre atitude antidemocrática, porque a pensar nos seus feudos, que por isso prejudicam seriamente todos os Portugueses, quase impôs sem a necessária avaliação e maturação a mudança de um modelo militar, que recorria a jovens que de forma obrigatória o tinham que cumprir, para um outro que recorre hoje a jovens voluntários, para a prestação do mesmo serviço militar.

Nunca existiu na Sociedade Portuguesa um debate, ou melhor, vários debates que tivessem permitido um acompanhamento por parte dos cidadãos de todas e cada evolução, nas mudanças que tiveram de ser implementadas na transição de um para outro sistema de serviço militar.

Assim, é falacioso falar-se que em Portugal se vive numa Democracia, isto porque se aos cidadãos não lhe é permitida a sua cidadania, como é que queremos que ela surja, uma vez que sem estímulo e abertura da classe política, ela é impossível.

Chamou-se Profissionalização das Forças Armadas, ao processo que levou, em Portugal, à implementação de um serviço militar com recurso a voluntários.

Como é que se pode aceitar que a juventude portuguesa desconheça as suas Forças Armadas, o que elas lhe podem oferecer e de que forma eles podem rentabilizar essa mesma oferta.

Temos um Ministro da Defesa que afirma publicamente que pessoalmente foi e é contra o fim do Serviço Militar Obrigatório “SMO”, portanto contra a Profissionalização das Forças Armadas. Assim como é que um Ministro, parado no tempo, pode contribuir para a honesta implementação de uma verdadeira Profissionalização das Forças Armadas?

Sem se definir que Forças Armadas, para quê e que recursos, está-se deliberadamente a contribuir para a destruição, porque sem rumo nenhuma organização consegue sobreviver.

Como tal, o Marketing utilizado para atrair os jovens Portugueses para a prestação do serviço militar voluntário, neste momento, é uma fraude, isto porque ninguém percebe para onde se quer progredir e pelos vistos, também, o Ministro da Defesa Nacional, Dr. Luís Amado, desconhece.

A manutenção propositada da ignorância social, relativamente às Forças Armadas Portuguesas, enquanto prevalecer, será um contínuo delapidar de recursos, isto porque sem estratégia nacional, conhecida, continuar-se-á a alimentar um monstro.

Em primeira e última instância, é responsável toda a classe política portuguesa, independentemente do quadrante, porque sabe, mas omite. Começando pelo Comandante Supremo das Forças Armadas, o Sr. Presidente da República Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio, que desde sempre teve conhecimento, mas não impôs nem impõe a necessária acção, apenas teoriza.

Pelos frutos conhecereis a árvore, no que respeita às Forças Armadas Portuguesas, já só falta abater a árvore.