Voluntariado - Exército

quarta-feira, novembro 30, 2005

Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas – III

O que é que acontece, quando o jovem que prestou serviço militar em Regime de Voluntariado (RV) e Regime de Contrato (RC), simplesmente andou de tarefa em tarefa, sem qualquer tipo de Orientação Profissional?

Já vimos que os Ramos das Forças Armadas Portuguesas fazem o que lhes é possível, mas também sabemos que com a principal de satisfação de necessidades próprias.

O que os militares em Regime de Voluntariado (RV) e Regime de Contrato (RC), aprendem na Instituição militar tem o seu valor, mas na maioria dos casos, sem a necessária certificação profissional que lhes permita enfrentar com entusiasmo o mercado de trabalho, criando-lhes uma dificuldade acrescida e sem o mínimo de apoio no sentido de superar esta lacuna, naqueles que a possuem.

Após a passagem à disponibilidade, o único organismo responsável pelo apoio e Orientação Profissional desses jovens é a Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar – DGPRM do Ministério da Defesa Nacional – MDN, quando constatamos que este organismo só trabalha por reacção, não vemos que daqui surja o apoio, que nesta fase de difícil transição, o jovem militar necessita de forma efectiva.

Em cada ano, passam à disponibilidade centenas de jovens militares dos Regimes de Voluntariado (RV) e de Contrato (RC), por diversos motivos e razões, que se prendem com a ineficácia dos incentivos ao RV/RC, tanto na orientação profissional adequada, antes mesmo do início da prestação do serviço militar, como durante a prestação desse mesmo serviço, para lá da forma cada vez mais óbvia, após a passagem à disponibilidade, em que cada um destes jovens praticamente só conta com o próprio aprendizado, a sua rede pessoal de conhecimentos e a própria sorte.

Porque do organismo, Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar – DGPRM do Ministério da Defesa Nacional – MDN, criado para entre muitas incumbências, para o apoio, acompanhamento e orientação profissional dos jovens militares na disponibilidade, mesmo nos serviços que consegue prestar, tem-no feito de forma pontual, por procura do interessado e não o contrário, como o afirma a nomenclatura orgânica do seu conteúdo funcional.

Tem conseguido a DGPRM, passar a pedido dos interessados as declarações que atestam a possibilidade de candidatura a concursos internos e externos destes jovens militares, mas tem-se conhecimento que alguns deles têm sido excluídos por erro na elaboração destas declarações e não por real impossibilidade dos candidatos.

Esta é a Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas que o Ministério da Defesa Nacional, diz que está a funcionar, mas da qual temos muitas dúvidas, porque se nada se fizer, o colapso poderá ser eminente, assim os interessados caminhem para a natural unificação, que é contrária à separação em evidência, por falta de tomada de consciência.

2 Comentários

At 12:19 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Caros companheiros!
O RV/RC é apenas para o pais se encontrar a nivel internacional, porque na verdade tudo continua quase igual.
Estive quase 10 anos no Exército e nunca me deram qualquer certificação profissional... Porquê? Porque era contratado e nós não interessamos!!!!
Mais... obtive durante o tempo que estive nas fileiras uma licenciatura e não me deixaram aplicar conhecimentos porque tiveram medo que retirasse o lugar a um Sarg Ajud.
Em terceiro lugar... quando saímos da instituição somos esquecidos e colocados na caixa do esquecimento... num dia somos mto bons, no dia seguinte ninguém nos conhece.
Para concluir... quando saímos ainda nos querem ROUBAR muitos €€€€€€€€€ da merecida indemnização.
O Exército deveria ser comandado por gente decente e com respeito por quem ao exercito oferece os anos prósporos da vida.
É lamentável as chefias que esistem na tropa

 
At 10:39 da tarde, Blogger O Veterano disse...

De facto a preocupação com a imagem exterior é imensa, mas na prática só se inventa e pouco se faz com verdadeiro sentido Nacional, respeitando o natural enquadramento que cada um, com o seu natural esforço mereceria ver reconhecido.
Nem todos conseguem obter uma licenciatura, esse facto merece público reconhecimento, principalmente pelo esforço que foi necessário desenvolver e forte empenho pessoal, não reconhecerem essa evolução é típico de uma Instituição secular que por isso demora imenso tempo a inovar reconhecendo.
Quanto ao esquecimento após a passagem à disponibilidade, também tem muito a ver com a nossa responsabilidade ou falta dela, porque vemos que está mal e nada fazemos.
O mesmo se passa com a indemnização, só alguns se mexem na procura de natural justiça, a maioria desconhece até que as contas lhes estão a ser feitas de forma errada, daí que culpados pela situação também somos todos e cada um de nós porque interessados.
As chefias gerem, neste momento, uma manta de retalhos, quando assim é quase tudo falha, também é certo que estão a colher o que têm vindo a semear, o princípio tem sido sempre o mesmo, quem vier que feche a porta. Assim fica tudo dito.

 

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