Voluntariado - Exército

quarta-feira, novembro 02, 2005

A Separação é ilusão

O Voluntário no seio do Exército Português é, nos dias de hoje, imprescindível, principalmente porque o modelo vigente, assenta única e exclusivamente no Voluntário, sem a sua voluntariedade o Exército simplesmente deixa de funcionar, tendendo até para o desaparecimento.

O Voluntário é assim, nos dias de hoje a essência das Forças Armadas Portuguesas, é por isso impossível continuar a considerar este cidadão Português de menos importância, relativamente a toda a dinâmica que passa pela legislação que lhe é aplicada, o marketing aliados à boa aplicabilidade normativa e grau de satisfação natural entre o que é divulgado e o que na realidade é aplicado.

Nesta medida, a separação que se continua a fazer entre militar do Regime de Voluntariado (RV), militar do Regime de Contrato (RC) e militar do Quadro Permanente (QP), é uma ilusão óbvia que ambas as partes têm que descortinar, porque embora na essência todos constituam a família militar, no tratamento também todos têm que ser acarinhados, porque todos são importantes, o mais e o menos importante, não faz sentido, até porque se perderia a importância que uma família não pode nem deve perder.

Uns com mais, outros com menos tempo de permanência nas fileiras das Forças Armadas Portuguesas, mas todos importantes sem o mais e sem o menos importante, porque todos são funcionais no conjunto.

Nas missões de apoio à paz, esta união nota-se de forma intensa, porque se conseguem esquecer ou relegar para um plano muito longínquo a proveniência do militar se RV/RC se QP e todos os pormenores que tendam a provocar a separação.

Este espírito é para manter sempre, porque independentemente da forma de prestação de serviço RV/RC ou QP, todos têm que enfrentar a transição de uma vida militar para uma vida civil que se pretende seja inclusiva, independentemente do tempo de prestação de serviço ou forma, até porque ambas têm graus de dificuldade específicos.

Arranjarem-se formas de manter uma ligação entre estes dois grupos de militares após a sua transição para a sociedade civil, por haver um acumular de experiências similares e conjuntas, em que a única diferença reside na forma de prestação de serviço militar, uma vez que o conteúdo é de objectividade conjunta, também conjunta deveria ser a sua integração social.

A quantidade de energia que se perde em manter a ilusão de separação, daria para investir em união, que por si só colmataria as imensas dificuldades de integração social de um e de outro grupo, os RV/RC e QP.

Portugal necessita de com urgência, aprender a tratar bem os seus Recursos Humanos e não só os que emanam das Forças Armadas Portuguesas, a isto se chama o ganhar/ganhar que urge implementar.