Voluntariado - Exército

quarta-feira, maio 17, 2006

Bons alunos não querem ser militares – I

Só cábulas querem tropa

Este é o título de um artigo publicado no Correio da Manhã de 10 de Abril de 2006.

Lembra-se que a Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas se iniciou em 1991, tendendo para o fim do Serviço Efectivo Normal ou Obrigatório em 19 de Novembro de 2004.

Os resultados do estudo ou conclusões “Os jovens e as Forças Armadas” realizado pelo Fórum Sociológico da Universidade Nova de Lisboa, vem pôr a descoberto e a confirmar o que temos vindo a dizer neste Blog, ou seja, nada foi feito de forma consciente e pró activa durante todos estes anos que pudesse nos dias de hoje, trazer a público uma informação mais positiva sobre as Forças Armadas Portuguesas e a sua Profissionalização.

Confirmando assim, todas as preocupações levantadas neste espaço de reflexão, tudo o que o preâmbulo da Lei do Serviço Militar, do Regulamento da Lei do Serviço Militar e Regulamento de Incentivos apontam como objectivos a atingir, são completamente contrariados por este estudo vindo a público.

Mas existem responsáveis por este estado de circunstâncias anómalas que é preciso assumam as suas responsabilidades e cumpram na íntegra o que a legislação relativa à Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, aponta como objectivos estratégicos, que agora se vislumbram longe de serem atingidos.

É simples, o descalabro é visível, mude-se a atitude e cumpra-se a legislação, está tudo previsto, ponha-se em prática e no mais curto espaço de tempo, os resultados certamente que serão completamente diferentes para melhor.

O mercado de trabalho encontra-se completamente saturado, muito mais para quem tem poucas habilitações, daí não ser novidade a procura das Forças Armadas, por parte destes cidadãos.

Por outro lado, a própria Instituição militar tem tido muito pouca preocupação em atrair para as suas fileiras cidadãos com habilitações mais elevadas e com capacidade de bom desenvolvimento profissional, porque para esses a Instituição militar tem muito pouco para oferecer.

Trabalha-se hoje com militares voluntários como se trabalhava com os militares conscritos, dai não nos admirarmos com o facto dos resultados deste estudo apontarem estes dados.

Ou seja, o Exército em particular privilegia muito pouco a qualidade, apostando sim em quantidade, independentemente dos custos inerentes que essa postura acarreta, mas é a realidade.

2 Comentários

At 10:57 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Estimado veterano, sem colocar em causa as reflexões, solicito apenas que seja feita uma correcção. O estudo não diz o que a noticia apresenta, nem poderia dizer porque felizmente, com 18 anos, há mais jovens a estudar do que desempregados. O que o estudo diz é que entre os desempregados (que são 6%) há maior propensão para ingressar do que entre os estudantes (que são a grande maioria). E isto não é mau, mau seria se os jovens não quisessem estudar!! Para que a verdade seja reposta é necessário dizer que, a população predisposta a ingressar nas Forças Armadas é constituída por: 34% de jovens com o 12º ano, 23% com 10º/11º ano, só com estas categorias já atingimos os mais de metade o que retira força à dita noticia. Portanto o problema da profissionalização não está na baixa qualificação do público que está disposto a ingressar, mas atenção este público está a manifestar uma possibilidade de comportamento, ainda não ingressou. O problema poderá estar nas formas de recrutamento (na capacidade de fazer ingressar quem está disposto a isso), nas capacidades de fidelizaçao e nas insuficiências da reinserção profissional, porque em termos de população predisposta a ingressar, tanto em termos qualitativos como quantitativos as necessidades do modelo de profissionalização estariam asseguradas.
Sendo assim, concordo com as tuas reflexões, aceito que o desafio fudamental é colocar em prática muito do que já está previsto, não posso é aceitar que sustentes a tua reflexão uma noticia errada que foi construída com propósitos que não são os da divulgação científica.
abraços

 
At 3:32 da tarde, Blogger O Veterano disse...

Meu Caro

O que é certo é que esta notícia passou para a população e a verdade que ficou, foi a relatada, o que demonstra o enviesado sistema de notícias a que estamos sujeitos em Portugal, por outro lado, este tipo de estudos continuam a circular em circuito fechado, o que permite este tipo de manipulação noticiosa.

A quem interessa fazer passar esta informação desconheço, agora sei que o que está em causa nas minhas reflexões é a aplicabilidade dos Incentivos, porque ser voluntário, pode sê-lo qualquer cidadão que cumpra os parâmetros necessários ao ingresso nas Forças Armadas Portuguesas, ainda por cima, para todos existe um apelativo sistema de Incentivos, que infelizmente se encontra longe da natural funcionalidade e isto é que está em causa.


Agora sabemos que relativamente à aplicabilidade legislativa no durante e após a vida militar do jovem voluntário, muito pouco se tem evoluído, sabemos também que com as falhas existentes é de extrema dificuldade fazer-se um Recrutamento bem sustentado, isto porque a prática vem contrariar o Marketing.

Ficam as correcções técnicas ao artigo, que agradeço, mas as nossas preocupações continuam.

Agradeço a intervenção

Com os meus melhores cumprimentos

O Veterano

 

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