Voluntariado - Exército

quinta-feira, setembro 14, 2006

A sina da ignorância – subsídio de reintegração

No artigo do Jornal Correio da Manhã de 03 de Setembro de 2006, volta a falar-se que o Exército tem falta de verba para subsídio de reintegração e que um ex-Soldado espera há meio ano por 13 mil euros.

Em primeiro lugar, o Exército que tem como base o recrutamento de militares voluntários e contratados, em exclusividade desde 19 de Novembro de 2004, com o fim do Serviço Militar Obrigatório.

Por isso, já anteriormente, mas mais desde 2004 e 2005 que orçamentou e pagou o subsídio de reintegração a militares que durante estes anos foram passando à disponibilidade.

Como é que em 2006, o Exército deixa de ter verba para pagamento do subsídio de reintegração, se os mecanismos de cálculo e obtenção do mesmo relativamente ao Orçamento de Estado, não se alteraram?

Esta é uma questão que respondida, encontra de imediato resposta para que se encontrem responsabilidades no processo de levantamento e projecção do orçamento necessário para o pagamento do subsídio de reintegração em 2006, basta que se faça o que tem que ser feito.

Desde logo, O Chefe de Estado-Maior do Exército é o primeiro responsável por esta lamentável falha, mais ainda porque sabe da situação e não consegue arranjar solução para um problema criado na própria casa, porque como já se disse descurou-se a orçamentação e o planeamento adequado, porque de Janeiro de 2006, até esta data já decorreu imenso tempo.

Principalmente, porque não pode existir o mau hábito de retirar verbas orçamentadas da rubrica subsídio de reintegração, para qualquer outra, tenha essa outra, a importância que tiver, uma vez que os recursos humanos são a base de qualquer força militar, com a agravante de que são recrutados de forma voluntária para a prestação de um serviço que não deve nem pode falhar nas contrapartidas acordadas.

Agora nota-se um andar à deriva, por parte dos próprios interessados, isto porque literalmente não sabem o que fazer, desde logo, não percebem que têm que procurar organizar-se, neste artigo do Correio da Manhã, citado, o Soldado Paulo Semedo afirma: “Tive que pedir apoio à Associação Nacional de Contratados do Exército para conseguir meter os papéis do subsídio de desemprego.”

Encontrada que está a forma de se organizarem e obterem apoio, basta que saiam da ignorância e contactem a sua organização representativa.

A dada altura no mesmo artigo o Soldado Paulo Semedo também afirma: “Procurava informar-me no Exército sobre outros ex-militares na minha situação. Respondiam-me que a estrutura não está vocacionada para possibilitar a comunicação de pessoas na mesma situação. Só mais tarde é que, por outras pessoas, soube da existência da Associação Nacional de Contratados do Exército.”

Depois de tudo isto, os próprios interessados têm que começar a comunicar uns com os outros pelos veículos existentes e mais vocacionados para o seu apoio, isto porque a sua existência já aponta de forma deliberada para o apoio aos RV/RC e para lá de outras questões, também a do apoio à adequada integração social.

Se existem 951 militares nesta situação, como afirma o mesmo artigo, pergunta-se: -De que é que os restantes prejudicados estão à espera para se organizarem, como o fez o Soldado Paulo Semedo?