Voluntariado - Exército

quarta-feira, junho 29, 2005

O Voluntário como Recurso Humano

Tem que ser um cidadão de plena consciência, independentemente de ser do sexo masculino ou feminino, isto porque da sua postura, vai depender muita da sua futura desejável estabilidade social, ter um projecto individual de carreira é desejável, mas tem que ter capacidade de prever vários caminhos possíveis.
Tem que saber trabalhar em equipa, com aqueles que como ele ou ela são também voluntários, tem que saber desenvolver a sua natural tendência para o altruísmo e a solidariedade, a par da camaradagem sadia e saudável, a consolidação diária destes laços, com o pensamento de os aprofundar e consolidar ao logo da vida, independentemente dos caminhos profissionais que cada um dos que vai conhecendo e com quem vai alicerçando a amizade, vai ter que seguir.
A comunicação está nos dias de hoje bastante facilitada, esse facto não pode nem deve ser descurado, só deixa de manter contacto quem não vive de forma intensa a vida, porque os que já a vivem de forma intensa, são naturalmente solidários e preocupam-se com a manutenção de comunicação.
Como desculpa poderemos dizer que é difícil conciliar o pensamento adequado, com uma acção similar, mas passa tudo pela nossa própria disponibilidade pessoal, se cada um a atingir, atrai para si próprio outros com vontade e atitude semelhante.
Sabemos que muitas vezes a decisão do jovem ser Voluntário, para prestar um serviço no Exército, carece de uma base informativa bem alicerçada e isenta, daquilo que na maioria das vezes são os interesses próprios de uma Instituição, que necessita com urgência permanente de Recursos Humanos, o que faz com que, por vezes, se perca o sentido do rigor, tanto no Recrutamento, como na Selecção.
O jovem Voluntário tem que ser um verdadeiro investigador, em que a melhor forma de ser bem informado passa por se informar, junto de quem está ou esteve a prestar o serviço que ele pretende vir também a prestar.
Hoje, já existem Organizações que congregam Voluntários e ex-Voluntários, que certamente poderão ser de enorme apoio à tomada de decisão do jovem Voluntário, porque já passaram ou estão a passar pelo Voluntariado no Exército Português.
A capacidade de comunicação surge assim, como uma mais valia pessoal e colectiva que poderá obviar imensos dissabores futuros, se o jovem informado decide avançar como Voluntário, será certamente uma mais valia para o próprio e para a própria Instituição.
O jovem Voluntário tem que estar preparado para a adaptação contínua e reformulação do seu projecto individual a desenvolver durante a prestação de um serviço que tem limites temporais, por isso tem que ter sempre presente que não pode, nem é benéfico para si acomodar-se.
Deve ter sempre presente que o Marketing utilizado é sempre muito apelativo, onde os pormenores não podem estar presentes e por vezes é neste pormenor que se encontra o que ele procura ou não, como tal, nunca ficar só pela primeira impressão, é um princípio a ter sempre como orientação ao longo da vida.
Quando não tem presente os objectivos que pretende atingir, deve informar-se e só após agir, porque pode acontecer uma precipitação, que ao invés de concretizar o sonho, pode perturbar o sonho, nunca trocar uma situação de continuidade académica, pela ilusão de querer voluntariar-se, não é aconselhável, mas na posse de boa informação poderá ser uma boa decisão, que até poderá vir a ser conciliável.
O jovem Voluntário tem, por tudo o que foi afirmado, que ser um cidadão de plena consciência e solidário, os que o não são, correm um sério risco de andar a perder tempo na vida.

quarta-feira, junho 22, 2005

Século XXI, III Milénio, Era do Conhecimento.

O maior desafio que se coloca ao Exército Português, deste tempo, é conseguir perceber a mudança que o envolve e facilitar a fluência de informação.
Com o fim do Serviço Efectivo Normal – SEN, mais conhecido como SMO, passou-se no Exército Português de uma sustentação em Recursos Humanos, baseada na conscrição, para um sistema baseado no Recrutamento de Voluntários.
Esta mudança de paradigma que se iniciou em 1991, vindo a consolidar-se em 19 de Novembro de 2004, traz consigo uma série de mudanças a nível de atitude de quem comanda que urge implementar.
O recurso humano conscrito, obedecia a uma selecção que não pode nem deve ser aplicada a um recurso humano voluntário, desde logo, porque o primeiro era obrigado a cumprir o serviço militar, enquanto que o segundo é voluntário para cumprir um serviço militar, que cada vez mais tem que ser diferente do serviço que era prestado pelo conscrito.
As suas expectativas não podem nem devem ser goradas, a prática da verdade é a base do sucesso do voluntariado, prometer só o que se pode cumprir é desde logo a essência fundamental de profissionalização de todo o sistema.
Enquanto que na conscrição não havia preocupação com o militar que passava à disponibilidade, o mesmo já não pode ocorrer no voluntariado, desde logo, porque a forma de prestação de serviço é diferente e porque para estes existe um sistema de Incentivos à prestação no Regime de Voluntariado (RV) ou Regime de Contrato (RC), que tem a preocupação de ser atractivo para recrutar, falha na aplicação de muitas das normas durante a prestação do serviço militar voluntário e não se preocupa em apoiar e acompanhar o necessário enquadramento social de quem acaba de prestar um serviço Voluntário ao País, servindo no Exército Português. Os mecanismos estão previstos mas não funcionam, os de acompanhamento após a prestação do serviço militar voluntário em qualquer dos Ramos das Forças Armadas, são da responsabilidade exclusiva da Direcção Geral de Pessoal Recrutamento Militar (DGPRM) do Ministério da Defesa Nacional, que desconhecem completamente quantos militares passaram à disponibilidade, muito menos se foram enquadrados profissionalmente na área pública ou privada da Sociedade Portuguesa ou outra.
Com este panorama, é completamente impossível, saber qual o ponto de situação em que se encontra a Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas, tem-se trabalhado de forma reactiva ao invés de se trabalhar de forma pró activa, enquanto esta situação continuar Portugal tem razões, muito sérias, para se preocupar com as suas Forças Armadas.
Este espaço de debate, pretende propiciar uma dinâmica de ideias que venham a contribuir para um Voluntariado mais consciente, tanto da parte de quem comanda os Voluntários, como dos próprios em relação à Instituição, que tem a obrigação de propiciar o natural equilíbrio entre o Dever e o Direito de cada um destes cidadãos, que por uma motivação pessoal ou social, se prontificam a servir o Exército Português, como Voluntários.
Sabemos que é difícil satisfazer todos os pontos de vista, mas é possível ao Exército Português, melhorar as performances de Instrução, enquadrar cada militar de acordo com a sua formação militar e se for conseguido isto, a Profissionalização efectiva-se.
O Recrutamento e a Selecção devem elevar os parâmetros, no sentido de que só quem tem aptidão e qualidade real, pode entrar, ao contrário da prática. Quanto mais elevados forem os parâmetros de instrução e actividade militar contínua, maior será a vontade dos que têm qualidades inatas para a vida militar, em tomarem a decisão de assumir um desafio de qualidade e prestígio a que nem todos podem aceder.
Um Exército de excelência constrói-se no presente, mas para isso é urgente inovar a acção, neste mesmo presente.
Que atitude deve ter cada Voluntário que presta serviço no Exército Português, em primeiro lugar, deve estar bem informado há cerca da legislação que o abrange, em segundo lugar, deve ter um projecto pessoal bem definido e que seja exequível durante a prestação do serviço militar como Voluntário, ter consciência de que faz parte de um grupo que só terá capacidade de intervenção, se ele próprio der de forma inequívoca o seu próprio apoio a esse mesmo grupo que o representa.
Porque todos têm a sua opinião, fica o mote lançado, num tema que muitos podem abordar, mas só alguns podem contribuir para inovar, dizer mal é fácil, ajudar a melhorar, é o verdadeiro desafio.