Voluntariado - Exército

quarta-feira, novembro 08, 2006

Cortes na Defesa atingem mil jovens

Título de artigo no Jornal de Notícias de 31 de Outubro de 2006, que afirma também que a redução de Voluntários e Contratados não vai atingir a operacionalidade das Forças Armadas.

Dizemos nós, já assistimos ao longo dos últimos anos a situações similares, isto ainda na dualidade SMO/RV-RC e numa altura em que era necessário demonstrar que o caminho a seguir era a Profissionalização das Forças Armadas, errou-se descaradamente.

Foram mandados para casa militares Contratados com 5 anos de serviço em regime de contrato e folhas de serviço excepcionais, mas que sem se conhecerem critérios objectivos e éticos adequados, a verdade é que foram colocados na rua, sem qualquer tipo de indemnização, onde se vislumbrou como único critério questões meramente financeiras, porque ao serem colocados na disponibilidade à força, estes militares receberiam valores inferiores a nível das prestações pecuniárias, que bela forma do Ministério da Defesa poupar à custa do sacrifício forçado dos que foram seleccionados.

Não pode voltar a acontecer uma situação similar, porque isto a acontecer contraria claramente os valores e princípios éticos aceitáveis a cidadãos que foram aliciados com Incentivos que desta forma não se cumprem, como é o caso da possibilidade de cada militar em RV/RC poder cumprir o tempo total de serviço permitido nestes regimes.

O Governante que faz as afirmações de redução do número de Voluntários e Contratados, diz que foram consultados os Ramos, sabemos nós que para eles só interessam as estatísticas e afirmar à custa da violação grave dos direitos humanos destes cidadãos que a operacionalidade das Forças Armadas não é atingida.

Agora isto será verdade, se os cortes a efectuar a nível do pessoal Voluntário e Contratado for efectuado a nível das entradas, porque dessa forma, não se cortarão expectativas criadas aos jovens pelo Marketing de angariação de Recursos Humanos para as fileiras das Forças Armadas, até porque por outro lado, quem não entrou também não tem qualquer tipo de expectativa.

Concordamos com a última postura, com todas as outras não, porque são pura demagogia e atentam à própria eficácia global da Profissionalização das Forças Armadas, que se quer sem sobressaltos.

No seguimento deste raciocínio, seria de extrema inteligência que os actuais Governantes se preocupassem com o cumprimento dos Incentivos, nomeadamente com o pagamento a tempo e horas das prestações pecuniárias que se encontram em falta a todos os militares Voluntários e Contratados do Exército que desde Janeiro de 2006 têm vindo a passar à disponibilidade e já superam o valor total de 951, aqui sim transmitiriam um outro tipo de credibilidade, que não falem em cortar, mas em cumprir sem inventar.