Voluntariado - Exército

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Prestações pecuniárias

Após um ano completo, em que os pagamentos do subsídio de integração aos militares do Regime de Voluntariado e Contrato do Exército, estiveram sem cabimento orçamental, iniciaram-se na transição do ano de 2006 para 2007, esses mesmos pagamentos, que como sabemos são devidos a qualquer militar que nestes regimes passem à disponibilidade e por imperativo legal durante os 90 dias subsequentes.

Esta lacuna grave que o Exército não conseguiu debelar em tempo, trouxe imensa desconfiança aos militares destes regimes que se encontram ainda nas suas fileiras, que só não se materializa de imediato, porque vai tendo o Exército a seu favor a crise social e de valores que Portugal atravessa e a que os militares Voluntários também não são alheios.

Talvez daí também a pouca apetência destes militares Voluntários, para que durante o ano de 2006, tivessem encetado uma luta mais visível pelos seus direitos.

Cada um de forma individual e sem qualquer interligação colectiva procurou resolver o seu problemazinho que no conjunto englobava 951 militares Voluntários, mas de que quase ninguém na Sociedade Portuguesa se conseguiu aperceber.

Se consultarmos o site da sua organização representativa a ANCE, constatamos de imediato uma imensa falta de solidariedade e de sentido colectivo, em que cada um emitia uma opinião mais disparatada que o outro, denunciando sim desorientação individual e desconhecimento organizacional, tanto do Exército que lhes deveria ter pago em tempo, como da própria ANCE, com que nem sequer se esforçaram para cooperar.

Sei que todos os que contactaram a ANCE, esta os orientou, tanto assim foi que não é alheio a esse trabalho o facto do pagamento das prestações pecuniárias se estar a efectuar, até porque esta é uma Organização com 9 anos de existência e muito mal ficariam os Voluntários e Contratados do Exército se a não conseguirem manter.

É óbvio que para isso, existe a necessidade de que cada Voluntário assuma um compromisso, que no mínimo passa pelo pagamento de uma quota anual.

No fórum da página da ANCE, esta quota anual é muito contestada, certamente por quem ignora ou desconhece o funcionamento deste tipo de Organizações Associativas, em que na base da sua sustentação se encontra a quotização.

Não tenho dúvidas nenhumas em afirmar que o pagamento, embora tardio, por parte do Exército se deve a trabalho organizado e coordenado pela ANCE, isto porque valem mais 20 organizados que 931 a emitir opiniões ou a agir de forma isolada e sem qualquer tipo de fio condutor, reconhecendo que os egoístas, por vezes, também contribuem, só que por eles nada conseguiriam, mas pela existência de uma organização consistente e solidária como a ANCE, para com o colectivo onde por solidariedade acabam por estar os egoístas que por isso usufruem dessa mesma solidariedade organizada, onde vêm acabar por receber o que têm direito, mas diga-se que sem mérito solidário.