Voluntariado - Exército

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Voluntário no Exército Português, que Atitude? VIII

Chegados a este patamar de consciência, nada poderá ser como tem sido.

O Exército Português, tem que assumir uma nova postura em todo o processo de Voluntariado das suas fileiras, em que a legislação tem que de forma definitiva aplicar-se, ou na impossibilidade inovar-se.

Quem tem que determinar esta inovação é o Ministério da Defesa Nacional, mas para isso só a funcionalidade efectiva e constante progressão da Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar (DGPRM), poderá permitir pela assunção positiva das suas responsabilidades, não só a aplicabilidade legislativa, como a própria funcionalidade ou necessidade de efectiva inovação.

É urgente que a DGPRM comece já por fazer um levantamento exaustivo, aliás de acordo com a sua orgânica funcional, de quantos passaram pelo Voluntariado, de que forma rentabilizaram ou não a legislação que os contemplou, se foram para a área pública ou privada da Sociedade Portuguesa, ou mesmo quem são e onde estão.

Depois desta dissertação, nada poderá continuar como tem sido, nem só o Exército tem falhado, nem só o Ministério da Defesa Nacional e de forma mais concreta a Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar (DGPRM), mas os próprios interessados, não só por inércia individual, mas muito por inércia colectiva.

O Voluntário enquanto está nas fileiras, porque tem o vencimento garantido, quer faça um trabalho de qualidade ou não, esquece-se de elaborar o seu próprio projecto de transição, actua muito por reacção e por medos, o que faz com que as suas opções sejam muitas vezes um remendo na sua falta de objectividade, ou mesmo uma fuga para à frente sem a devida ponderação e peso dos prós e contras.

Torna-se especialista na bajulação, enganando-se a si próprio, fica o máximo tempo que pode nas fileiras, acreditando que a qualquer momento pode ser convidado a ficar até há reforma, como que por magia, porque nem sequer chega a ponderar ser possível trabalhar ou contribuir para que de facto e de forma efectiva isso venha a acontecer.

Os mais dedicados são também os que mais sofrem, porque são apanhados para fazer aquilo que os que andam na bajulação não fazem, é duro mas estes são os que ficam com a preparação adequada para enfrentar o mercado de trabalho, porque é precisamente isso que é necessário estar-se preparado.

O retrato está feito, a desorganização é generalizada, o Exército Português tenta tudo fazer para se manter, o que não lhe deixa margem para cuidar de forma adequada dos seus recursos humanos, a Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar (DGPRM), está mais preocupada com vaidades próprias, a cuidar da gestão adequada da Profissionalização das Forças Armadas Portuguesas e o militar do Regime de Voluntariado e de Contrato deixa-se conduzir pelo próprio ego, que continuamente o engana, não reivindicando por isso, aquilo que é seu por direito, ou seja a boa aplicabilidade dos Incentivos, que a ele se destinam por direito e não por qualquer decisão arbitrária de qualquer uma das organizações mencionadas.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Voluntário no Exército Português, que Atitude? VII

Encontramos assim, após este trabalho de reflexão, o motivo simples pelo qual cada um deve contactar de uma forma nova os que já foram seus camaradas como voluntários no Exército Português, dizendo-lhes que foram importantes, que foram importantes quando prestaram esse serviço no activo, que continuam a ser importantes, mas muito mais importantes poderão ser, isto porque são uma reserva moral e certamente têm algo para contar relativamente à sua experiência militar, seja ele pouco ou muito positivo.

Com este pequeno passo passaremos de uma forma muito simples da inconsciência à consciência, ou seja, do eles fazem o que lhes apetece ao afinal o que é que eles têm que fazer?

Porque se a legislação não foi bem aplicada, em conjunto é possível ainda, reparar ou contribuir para que muitas das incongruências se combatam, desde que nos lembremos que todo este processo relativo ao Voluntariado no Exército Português, se iniciou em 1991 e continua.

Agora, todos os Veteranos têm que querer pôr a sua valiosa experiência ao serviço do verdadeiro desenvolvimento do nosso País.

Basta que nos lembremos que foi precisamente isso que juramos fazer perante a Bandeira Nacional, esperar que alguém faça o que temos que ser nós a fazer é uma utopia, feito o diagnóstico passemos à acção.

É certo que rapidamente deixamos de nos lembrar, mas nunca é ou será tarde, porque o momento de passagem da inconsciência à consciência é que irá determinar inovação na acção individual de um colectivo que como já vimos, é bastante numeroso.

O ser numeroso por si só nada significa, se inerte, já tudo muda quando o numeroso encontra a sua identidade e mais importante que tudo a utiliza de forma positiva e altruísta, porque é disto que temos vindo a falar, assumir as responsabilidades que temos que ser nós a assumir.

Já não basta dizer, está mal, é preciso combater esse mesmo mal, embora nos pareça difícil, só o é, porque a ilusão nos tem cegado, já a união combate essa mesma ilusão e quando devidamente organizada, já é o bem que de forma inversa não permite que o mal se insinue sequer a instalar-se.

Ser-se Veterano do Regime de Voluntariado e do Regime de Contrato do Exército Português, é também algo de novo e muito recente, por isso tem que ser trazido às consciências, quer individuais, quer institucionais.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Voluntário no Exército Português, que Atitude? VI

Dos que prestaram serviço militar no Exército Português, sabemos que com maior ou menor dificuldade e muito graças à sua capacidade individual de desenrasque se foram enquadrando, tanto na área pública, como privada da sociedade, desconhecem-se números relativos aos que o não conseguiram.

O Ministério da Defesa Nacional devia sabê-lo ao pormenor, infelizmente por inércia ignora-o completamente, esta questão é tão grave porquanto todos os militares recebem instrução de combate, sem esquecer que os militares das tropas especiais obtêm uma instrução muito mais especializada, como tal, de maior necessidade de monitorização, por razões óbvias.

Até aqui temos vindo a retratar a nossa inconsciência individual e conjunta, isto é fruto da imensa agitação social contínua que é aproveitada pelos incompetentes para gerirem a coisa pública a seu mesquinho prazer. Só que este estado de circunstâncias vai começar a ficar-lhes desfavorável, porque a verdade é como o azeite na água, quanto mais se tenta colocar para o fundo, mais o azeite tende em flutuar, é por isso impossível continuar a dissimular a verdade.

Também por isso é necessário que se comece a trabalhar a nossa consciência individual e conjunta, algumas reflexões:

1 Se por hipótese já passaram pelas fileiras do Exército Português, como Voluntários, tanto do sexo masculino, como feminino cerca de 20.000 cidadãos e neste preciso momento prestam serviço voluntário cerca de 12.000 militares, com um potencial bi-direccionado de entrada de 2.000 e saída de 2.000 por cada ano civil.

2. Encontramos a razão pela qual esta gente tem que passar da inconsciência à consciência, também da sua importância individual neste imenso colectivo que congregam de forma inconsciente.

3. Não se pode continuar à espera de mudança, porque em primeira análise esta inicia-se sempre pelo indivíduo que assume a sua própria liderança de forma individual, a extensão desta atitude a todos os que do mesmo grupo fazem parte, pela interligação cria-se naturalmente uma força real de combate consciente à mínima atrocidade tentada ao grupo.

4. A sinergia porque natural, cria um potencial imenso de desenvolvimento individual e colectivo, é aqui que todo este grupo tem naturalmente um imenso campo de progressão, a rede humana que se cria, ligada por rede informática, abre um campo de imenso crescimento que não se pode perder.

5. Unificar surge como a única meta a atingir, porque quando conseguida, o que era já não volta a ser e o que poderá ser é inimaginável.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Voluntário no Exército Português, que Atitude? V

Por vezes, para acordarmos precisamos de um pouco de reflexão, sendo assim passemos a esse desiderato.

O Voluntariado iniciou-se no Exército Português de uma forma mista a par da existência de conscritos (SEN), em 1991.

Em 14 de Novembro de 2000, entra em vigor nova legislação que vem dizer que até 19 de Novembro de 2004, o sistema misto descrito, desapareceria e a partir dessa data prevaleceria nas Forças Armadas Portuguesas de forma exclusiva o recurso a Voluntários como base exclusiva de recrutamento.

Desde 19 de Novembro de 2004, é o que vigora, só são recrutados Voluntários do sexo masculino e feminino para fazer face às necessidades das Forças Armadas Portuguesas.

No Exército, esta situação também se consolidou, apesar das reconhecidas dificuldades que ao longo do tempo foram vindo a público.

Agora passemos à reflexão: - De 1991 a 2005 quantos cidadãos prestaram serviço militar voluntário no Exército Português?

Sabemos que passaram 14 anos e que o número de Voluntários só agora é constante, ou seja, o seu número nas fileiras anda muito perto dos 12.000 militares em RV/RC.

Não sabemos quantos é que já vestiram farda, neste regime no Exército Português e quantos e quantos é que já transitaram para a sociedade dita civil. Sabemos sim que o seu número é elevado.

Das avaliações descritas, ressalta logo à vista um elevado número de cidadãos que não têm tido o devido apoio e acompanhamento a nível do Ministério da Defesa, aliás nos moldes legislativos que aponta a DGPRM – Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar como o organismo responsável pela implementação de uma série de incumbências, que não têm conseguido passar da mera gestão de crises.

Agora cabe-nos também, dissecar o papel que têm tido os próprios interessados em toda esta matéria, os do activo andam anestesiados pelo sistema hierárquico e pelas tarefas a desenvolver, que por isso acham que já fazem muito, o que é certo é muito pouco influem no desenvolvimento da sua própria carreira enquanto militares, os da disponibilidade entram pânico porque pensam que o mundo acabou com a sua saída das fileiras e desistem de buscar os direitos que obtiveram pelo facto de terem sido militares, os poucos que o fazem, fazem-no de forma isolada e sem partilhar com quer que seja, muito menos com os que são ou foram Voluntários como ele, daí a não superação imediata de todas as falhas normativas que foram e continuam a ser sentidas.